Já pensou poder olhar no fundo dos olhos dos seus clientes e, como Lucifer Morningstar, descobrir o que eles desejam? Neste artigo trago analogias entre a alta gestão empresarial e os aspectos mais marcantes de uma das séries mais aclamadas da Netflix. Ah, e pode chamar a Detetive, porque esse artigo está matador! Boa leitura.
O empresário angelical, dono da boate Lux e consultor da polícia investigativa de Los Angeles, Sie Lucifer, possui um poder que todo profissional gostaria de ter: saber o que as pessoas desejam.
Fico eu a imaginar Lucifer Morningstar no destaque de funcionário do mês, no Mc Donalds, após ter substituído o totem de pedidos do Drive Thru, por exemplo. Seria sucesso, sem dúvidas (e fica aqui um insight gratuito para o marketing de guerrilha da rede ;).
Mas, deixando um pouquinho de lado os charmosos e misteriosos superpoderes do anjo caído, te convido para uma análise corporativa acerca dos pontos desta série que trazem importantes alertas sobre gestão empresarial.
Para aguçar este nosso raio-x Netflixiano, elenquei alguns pontos de gestão empresarial que, divinamente, são expressados ao longo da série – e se você não notou, te convido a “rebobinar essa fita” comigo:
Nem mesmo Lucifer consegue resolver tudo sozinho, porque seus funcionários conseguiriam?
Embora um ou outro entrave sejam marcados por aspectos de ansiedade (em especial nas cenas policiais), a junção de inteligências multidepartamentais é, sem dúvida, o tempero da trama.
As análises da senhorita Ella, a metodologia de Dan, o instinto de Lúcifer e a gestão com foco em resultado aplicada por Chloe, operam em conjunto para a resolução dos problemas propostos – e aqui está a chave do sucesso.
Condenar um suspeito com base em feeling, assim como apostar em investimentos e na criação de produtos/soluções sob esta mesma base de percepção é, como diria a doutora Linda, não recomendável.
Embora o inegável e assombroso feeling do príncipe das trevas, o uso da tecnologia para o cruzamento de dados e análises minuciosas são altamente solicitadas ao longo da série (inclusive pelo próprio diabo bonitão) para a solução dos casos – e se até ele precisa de um sistema de gestão que o apoie na tomada de decisão, quem somos nós para ainda não termos feito o teste grátis de 7 dias da plataforma da Rizer?
Apesar do fato de a imponente boate Lux desfrutar da regalia de ser guardada por seres celestiais, a identidade destes mantém-se resguardada (apesar de uma ou outra “abertura de asas, meio que do nada”, que infrinjem aspectos da LGPD angelical).
A importância da proteção de tais dados influi diretamente em aspectos de segurança e até mesmo de compliance, tanto para Meizikenn quanto para os seguranças que aparecem nas escadas.
As regras do estabelecimento e a preocupação com âmbitos jurídicos que tangem à legislação de LA, também são pontos bacanas de serem observados na trama e que reforçam os aspectos de compliance da, nem sempre tranquila, balada noturna.
Quanto a visão e as análises do seu time são consideradas na operação da sua empresa?
Sem querer dar spoiler, mas se você não entendeu a importância de Dan Spinosa, de Amenadiel e da Senhorita Ella na resolução dos casos da polícia de Los Angeles, recomendo que volte à primeira temporada e reassista-a por completo e com mais atenção.
A série Lucifer é marcada por reuniões de squads e, a todo tempo, a alta gestão ouve e considera os pontos trazidos pela equipe, entendendo tal ato como força estratégica para o processo de tomada de decisão.
Talvez a sua empresa não possa, nesse momento, contratar um consultor como Lucifer – e está tudo bem!
Ao analisarmos a série percebemos que, as responsabilidades, as metas e o plano de ação de cada operação são previamente apresentados à equipe pela detetive Chloe, o que indica que líderes bem instruídos e capacitados também possam conduzir equipes para bons resultados.
Aqui está um ponto fraco a ser melhorado, tanto pelo time de colaboradores da Lux, como o do próprio departamento de polícia semi angelical de Los Angeles.
Não é difícil perceber na série que quando algo não sai como o planejado, os colaboradores precisam se reunir às pressas para repensar as estratégias, de última hora – o que gera desgaste e perda de tempo.
Se isso funciona nas telinhas, já no meio corporativo não é bem assim. Posto isso, considerar todos os possíveis riscos e pré-definir planos de contingência capazes de sustentar a sua operação empresarial em momentos de crises e gaps, é vital.
Um dos aspectos corporativos que eu mais gosto nesta série tange ao fator “equilíbrio emocional”.
Mesmo Lucifer podendo, a qualquer instante, usar de sua força e poderes sobrenaturais, para provar que está certo, em 99% dos casos seus feitos se dão por “jogo de cintura”.
O personagem principal da trama não mente, o que torna fácil perceber que quando algo está errado (e ele sabe), o mesmo põe as cartas na mesa – e nem sempre agrada.
Apontar falhas de processos ainda é, infelizmente, um campo minado do meio corporativo – em especial quando a cultura departamental/empresarial não tem foco em solução (aí qualquer soprinho vira furacão) – e é assim que as empresas perdem grandes talentos.
Se você passa ou já passou por isso lembre-se: que até mesmo Lucifer já foi despedido por querer corrigir procedimentos falhos e teve a sua visão estratégica julgada por sentimentos de egos feridos (estes últimos que em nada combinam com times focados em resultados), e se retirou.
Logo, se a sua equipe exclui a opinião de especialistas, fomentando a discórdia ao invés da solução, eu tenho uma péssima notícia para te dar, caso você não tenha asas.
E por fim, não poderíamos deixar de evidenciar o trabalho da digníssima doutora Linda Martin, a terapeuta do diabo.
Dentre outros feitos, o principal ônus desta personagem se dá justamente ao fato de ensinar Lucifer a compreender o fator humano por traz da causa.
O mundo corporativo da era COVID-19 vive momentos urgentes de adequação de modelos de gestão voltados para aspectos de humanidade, e a reticência de algumas corporações para com este ponto corroboram com o sentimento de insegurança já instaurado pela ocasião.
Se a sua equipe demonstra dificuldades para o alcance de resultados já está na hora de, mais do que a causa processual, avaliar a eficácia da alta gestão (estratégias e capacidades gerenciais) – ou você pode fingir que tudo isso que escrevi é bobagem e fazer como o capitão do Titanic, que resolveu beber Whisky e manter as aparências enquanto o navio afundava.
Respostas do tipo: a economia não ajuda, o mercado está parado e a estrutura interna é engessada – que me desculpem os haters -, não é resposta de um líder (e se você não concorda, indico o episódio de número 8, da quinta temporada, para que você entenda como Deus resolveu a bagunça toda ;).
A série Lucifer foi, em absoluto, um marco na história dos streamings. Além da visão corporativa que pode ser observada, conforme mostrei, o convite à reflexão filosófica é iminente a cada episódio.
Por isso deixo aqui o meu joinha para esta superprodução (assim como o meu ensejo para a sua reflexão acerca dos pontos que precisam ser otimizados na gestão empresarial da sua empresa)!
Bons desejos por aí e conte com a gente 🙂