Ô saudade de quando o dólar americano não preocupava tanto a gente, né? Assim como as Pessoas Físicas, as empresas também estão sujeitas ao câmbio internacional e todos (juntos e shallow now) temos que ficar de olho nessa variação que influencia (e muito) as finanças das corporações.
A valorização ou a desvalorização da moeda, não cabe apenas ao Dólar Americano. É possível acompanhar as variações de todas as moedas registradas no mundo para compreender tal dinâmica.
No entanto, devido a expressividade do Dólar Americano, ficar de olho nas movimentações desta moeda é estratégico, seja você empresa ou não.
Neste contexto, todas as moedas registradas do nosso planeta estão sob a regência da taxa de câmbio – que nada mais é senão um método de comparação entre moedas, que matematicamente define o peso de cada uma, se comparado à outra. Na prática, esta é a forma que usamos para entender quantos Reais brasileiros são necessários para comprarmos um Dólar americano.
O Índice de valorização de uma moeda está, sobretudo, relacionado ao nível de importação e exportação de um país, e de forma sucinta e direta: importar mais e exportar menos causa a desvalorização da nossa moeda interna, o que no mercado financeiro é chamado de déficit comercial (e o contrário, superávit comercial).
Para compreender quais aspectos impactam na valorização de uma moeda, o que inclui o Dólar Americano, três pilares macros precisam ser observados. São estes:
As atividades da balança comercial se apoiam nos níveis de importação e exportação de cada país.
Neste sentido, quanto maior a demanda por uma determinada moeda, mais valorizada a mesma estará.
De forma mais simples, quanto mais uma empresa brasileira exporta seus produtos/serviços, às empresas estrangeiras fazem o pagamento em Dólar americano, o que eleva a entrada da moeda no país e consequentemente reduz o seu valor.
Sob uma perspectiva diferente de compreensão, há o fato de que algumas empresas compram Dólar americano para pagar seus fornecedores internacionais. Logo, a maior compra em dólares reduz a sua oferta, diminui sua quantidade no mercado e aumenta o seu preço – é a famosa lei da oferta e da demanda.
O índice de turismo também é um dos principais fatores observados na valorização de uma moeda.
Assim sendo, quanto mais norteamericanos visitam o Brasil e trocam Dólares por Reais, a concentração da moeda Dólar em nosso país aumenta, desvalorizando portanto a mesma (e o contrário também ocorre de igual maneira).
Taxa de juros (Selic)
A taxa Selic é aplicada pelo governo brasileiro como base de juros para empréstimos, investimentos e financiamentos.
É justamente quando a taxa Selic está alta que o mercado fica favorável para investidores estrangeiros colocarem recursos em aplicações financeiras no Brasil, pois o rendimento será maior.
Já quando a taxa Selic cai, o mercado brasileiro deixa de ser atrativo para investidores estrangeiros, contudo torna o mercado mais interessante para abertura de empresa no país – uma vez que empréstimos e financiamentos estão mais em conta.
Da mesma maneira, a baixa da taxa de juros americana é benéfica para o Brasil – uma vez que torna o Brasil mais chamativo para os investidores.
O Dólar americano é utilizado como referência para operações internacionais, em todo o mundo.
Tal moral é dada à moeda devido à aspectos relevantes como a forte economia dos estados unidos, o fato de os Estados Unidos serem devedores confiáveis e a própria estabilidade da moeda, que não possui histórico de quedas relevantes inesperadas.
Como uma faca de dois gumes, a alta do Dólar torna os produtos brasileiros mais atrativos no exterior, entretanto, as empresas que importam do Brasil precisarão aumentar o preço dos seus bens.
Além disso, se da falta de perspectiva econômica no Brasil durante a alta do Dólar, os investidores preferirão investir na compra da moeda (por ser mais seguro) do que investir em um negócio brasileiro.
A variação do Dólar Americano também impacta diretamente no preço final dos produtos no Brasil. Para explicar de forma didática vamos esmiuçar a questão do aumento do preço de pão e derivados de trigo, no mercado:
Já em visão reversa, com no exemplo do caso de exportação de carne para a China, quando a cotação do dólar favorece a exportação, o preço interno é afetado pela escassez do produto em solo nacional.
É interessante notar a correlação que existe entre o dólar americano e a IBOVESPA, na bolsa de valores – quando há alta do dólar, a IBOVESPA está em baixa, e o contrário também ocorre.
Por isso, indiretamente a oscilação da moeda norte-americana também influi em investimentos de renda fixa, atrelados ao IPCA. Assim como no custo de vida e na valorização dos bens, em mercado nacional.
Esperamos ter aberto ensejo para que a sua empresa mantenha-se de olho nas variações do dólar e, mais do que isso, que implemente estratégias para acompanhamento e tomada de ação, também com base neste indicador.
Boas análises por aí e conte com a gente 🙂